quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Por que criar uma chapa

Bom, não sei se alguém vai entrar nesse blog antes da reunião, mas acredito que se alguém o fizer vai se perguntar do porquê de estarmos formando uma chapa. Escrevo por mim, mas acredito que posso falar sem problemas também em nome do Dione, da Monique, do Ravi e do Fred, os outros “fundadores” da CABIMENTO. Primeiro, quero deixar bem claro que nossa oposição à atual gestão da MEU Chapa não é de maneira alguma pessoal, todos os membros dela sempre foram muito legais com a gente e são, sem dúvida, pessoas bem intencionadas. Nossas desavenças são, portanto, políticas? Sim e não. São políticas exatamente por acreditarmos que a atual gestão NÃO tem política alguma.

Ano passado não vimos ação efetiva do CA em muitos momentos em que ele se faria importante. A MEU Chapa não procurou estabelecer nenhuma espécie de discussão em torno da escolha do modelo de TV Digital a ser adotado nos próximos anos; a MEU Chapa não promoveu nenhuma espécie de atividade cultural, exceção feita ao Dia do Escambo e a uma edição do natimorto CineCásper; a MEU Chapa não prestou qualquer tipo de solidariedade à greve de alunos da USP, nem à luta contra o veto de Geraldo Alckmin às verbas para educação; a MEU Chapa não se envolveu em nenhuma ação efetiva para estreitar laços com outras faculdades particulares, e não está apoiando os alunos da PUC nesses momentos de crise em que eles se encontram; a MEU Chapa jamais se posicionou em relação à censura aos blogs nas redações, nem jamais tentou uma campanha pelo software livre na Cásper; a MEU Chapa não tentou viabilizar formas de arrecadação que pudessem sustentar projetos minimamente mais ambiciosos, como um jornal que fizesse frente aos pelegos Imprensa e Esquinas.

Esses motivos, aliados a uma clara falta de dedicação de grande parte dos membros da atual gestão e a uma nada saudável centralização de poder e de informações na figura do “líder” Caio, nos fizeram decidir não por uma aliança com a MEU Chapa, o que seria o caminho mais fácil, mas sim por uma candidatura própria, o que acreditamos será muito bom para que se estabeleça uma maior politização interna, com estabelecimento bem definido entre situação e oposição.

Não estamos negando que a atual gestão teve coisas boas, como os debates quando dos trinta anos da morte de Vladimir Herzog, ou o êxito na maior participação dos alunos de Turismo no CAVH, mas acreditamos que isso é muito pouco para um ano inteiro de gestão. Queremos uma chapa mais combativa aos desmandos e aos requintes ditatoriais da nossa direção, uma chapa que não recue às posições previamente combinadas ao menor percalço, uma chapa cujos membros não joguem macarrão na cabeça dos bixos na hora do trote enquanto incontáveis pessoas passam fome debaixo do nosso nariz, uma chapa onde não só um membro detenha as informações (vimos o que acontece quando ele não pode estar presente, como ocorreu na reunião final das mensalidades). Contamos com a ajuda de todos para, se não conseguir com que tudo na Cásper faça sentido, pelo menos tentar fazer com que as coisas tenham um pouco mais de CABIMENTO...