segunda-feira, agosto 21, 2006

Ciclo de debates Cultura Livre

Ciclo de Cultura Livre

Promovido pelo Centro Acadêmico Vladimir Herzog



*Livro e direitos autorais (23/08 quarta – 20hs)

Cassio Puterman Maria Carlotto
Eduardo Lacerda

*Música (24/08 quinta – 10hs) Alexandre Matias Tatá Aeroplano
Caio Mariano
Eliane Abrão
*Monopólios da comunicação e do conhecimento x cultura livre: o que está em jogo? (24/08 quinta – 20hs)
Sergio Amadeu Pedro Paranaguá Gilson Schwartz
Javier Bustamante

*Software Livre (25/08 quinta – 10hs)
Marcelo MarquesBeatriz Tibiriça Fernando Ike

Mini cursos 11:30 ao 12:30
Twiki (ferramenta colaborativa): Carlos Cecconi
GIMP (alternativa ao Photoshop): João Cassino






Gestão C.A.B.I.M.E.N.T.O.

Contra - semana de Jornalismo da ECA

Contra-Semana de Jornalismo da USP
De 21 a 25 de agosto, no Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA
Segunda – 21/08
9h30 – Debate: "Como Informar: Bonner x Homer "
Laurindo Leal Filho (ECA), Alberto Villas (TV Globo), Eugênio Bucci(Radiobras)
14h – Oficina de produção visual para a Contra-Semana
19h30 – Debate: "Jornalismo e a notícia instantânea "
Daniela Ramos (Cásper Líbero, Mackenzie, Anhembi-Morumbi), Leão Serva(fundador Último Segundo)
Luis Nogueira (editor executivo Rádio Bandeirantes FM)
Terça – 22/08
9h30 – Debate: "Mídia e formação do imaginário"
Maria Otília Bochini (ECA), Rosana Lima Soares (ECA) não é?
11h30 – Concentração na ECA para panfletagem na USP
19h30 – Debate: "As grandes corporações midiáticas e a geopolíticainternacional"
Reginaldo Nasser (PUC-SP), Luiz Mauro Sá Martino (Cásper Líbero),Eduardo Salgado (Estado de São Paulo)
Quarta – 23/08
9h30 - Debate: "Relações entre mídia e poder institucionalizado "
Bernardo Kucinski (ECA-USP), Marina Amaral (Caros Amigos)
13h – concentração na ECA para saída do "cortejo fúnebre" pela USP

Quinta – 24/08
9h30 - Debate: "Jornalismo cultural e indústria do entretenimento "
Fred Melo Paiva (Estado de S. Paulo), Ivan Marques (TV Cultura),Guilherme Kujawski (revista digital Cibercultura), Edgard Steffen(revista Raiz)
11h30 – concentração para "cortejo fúnebre" pela cidade
19h30 - Debate: "Jornalismo, socioeconomia e geografia humana"
José Luís Proença (ECA), Leonardo Sakamoto (Repórter Brasil), MaurícioTorres (Caros Amigos).
Sexta – 25/08

9h30 - Debate: "Imprensa e Movimentos Sociais "
Cristina Charão (Repórter Social), João Montenegro (TV Globo)
18h – "enterro" do curso de jornalismo da ECA

MONET - por Thatiana Guimarães, RTV

Chega à hora do intervalo e você está morrendo de fome, vai até o Monet dar uma olhada em qual salgado você quer, reza para que ele ainda esteja lá depois de entrar na fila quilométrica para pegar uma ficha. Você fica 5 minutos, dos dez que tem de intervalo na fila, chega sua vez, você pede um salgado e um refrigerante, ela te cobra um lanche e registra só um refrigerante. Demora mais 5 minutos para te entender, cobrar e te dar a ficha certa, a mocinha do caixa te pede para dever 5 centavos, você diz que tudo bem, pede para ela te dar um chiclete então, ela diz que não pode, o chiclete custa 20 centavos, então você diz que quer seus 5 centavos, ela te da 5 moedas de um centavo.
Você vai até o balcão, tenta escolher o salgado menos queimado de todos, a moça pega para você, mas diz que o refrigerante tem que pegar do outro lado do balcão, você vai até o outro lado do balcão, pega o refrigerante, pede um canudo, a moça diz que canudo só tem do outro lado do balcão, aquele que você estava antes. Nesse meio tempo o sinal já tocou, o professor já está na sala. Você sai correndo e vai comer o salgado assistindo a aula. Morde o salgado, tem algum recheio indefinido e gelado no meio, você pensa em como pode ser possível um salgado tão queimado estar com o recheio gelado. Desiste de comer e joga seus dois reais e seu tempo no lixo.
O atendimento no Monet é ruim, os produtos do Monet são ruins e pela qualidade deles, são caros, e infelizmente, o Monet é nossa única opção dentro da Cásper. Temos somente 10 minutos de intervalo, não da tempo nem de comprar uma pipoca no tiozinho da rua, se você estiver com fome vai ter que comer um salgado queimado de dois reais ou esperar 15 minutos por um lanche.
O Monet é uma concessão da Fundação e não da faculdade, e o que nós temos a ver com isso? Aposto que seja lá quem for que deu está concessão não precisa comer, ou nunca comeu no Monet, do contrário repensaria esta decisão.
No terceiro andar temos espaço para pelo menos duas lanchonetes diferentes, o que seria no mínimo um pouco mais democrático, por que se tivessem duas lanchonetes ruins, pelo menos poderíamos dizer que estamos comendo a porcaria que nós escolhemos.
A concessão do Monet precisa ser revista, é obvio que a maioria não está contente e não é de hoje.
Seja lá quem for o responsável por esta concessão, nós o convidamos para tomar um refrigerante sem gelo e comer um pão de queijo massudo e discutir o que podemos fazer para mudar isso.

segunda-feira, agosto 07, 2006

CA: como usar?

Entenda para que serve o centro acadêmico da sua universidade

Publicado em 07/08/2006 - 00:01


Do Universia
http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=11833

Pode ser um porão, uma sala de aula, um salão de jogos ou mesmo um complexo de edifícios destinados ao serviço social. O centro ou diretório acadêmico (apelidado de CA ou DA) é o espaço do aluno dentro da universidade. Por isso, independentemente de a vocação do seu CA ser engajada ou festeira, vale a pena conhecer, participar e cobrar a ação desse valioso espaço de discussão para os estudantes.

Na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, campi da USP (Universidade de São Paulo), no centro da capital paulista, o Centro Acadêmico XI de Agosto é o lugar de manifestação política, ação social e entretenimento dos alunos. Os 103 anos de história, a lista de antigos membros que se tornaram grandes políticos e intelectuais (como Jânio Quadros, Washington Luiz e Monteiro Lobato), além da acirrada disputa política entre as chapas que concorrem pela gestão do XI mostram que, na São Francisco, centro acadêmico é coisa séria.

"Num momento histórico em que todas as instituições estão desacreditadas, cabe aos CAs e DAs despertar nos calouros o interesse pela política de maneira plural, democrática e paciente", afirma Caio Miranda Carneiro, aluno do 5º ano e presidente do XI de Agosto na gestão atual. O quorum da última eleição de gestores do XI foi de 1500 votantes entre os quase 2400 alunos da faculdade - um dos mais altos índices de participação em órgãos estudantis do Brasil. Caio explica que a postura engajada do CA não impede a organização de festas e eventos, como a tradicional Peruada da São Francisco. "Sou defensor radical da brincadeira. A pessoa que fizer política na faculdade e não tiver humor está fadada a frustração", afirma Caio.

Bruno Sales, do 3o ano, conta que se sentia pouco interessado em participar do XI devido aos conflitos entre as chapas, que algumas vezes chegam a ser violentos. Apesar disso, resolveu investir na organização de eventos culturais na faculdade, contando com o apoio do centro acadêmico. Bruno é um dos coordenadores da Semana Vinícius de Moraes encontra Guimarães Rosa, que acontecerá de 25 a 29 de setembro na São Francisco. A estrutura física e a verba necessária para a organização inicial do projeto, bem como a negociação com parceiros e patrocinadores, teve o respaldo do XI de Agosto. O centro acadêmico da São Francisco também possibilita que os alunos participem de iniciativas de apoio à sociedade civil, como o Cursinho Popular e o Departamento Jurídico XI de Agosto.

Alguns centros e diretórios acadêmicos focam sua ação em oferecer serviços aos estudantes da faculdade. O Dafam, Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura do Mackenzie, em São Paulo, por exemplo, abriga um espaço de convivência, uma copiadora terceirizada e uma sala de produção de maquetes para os alunos do curso. Além disso, os gestores do diretório acadêmico convocam assembléias extraordinárias para discutir propostas da direção da faculdade, já que os DAs do Mackenzie têm direito de voto no conselho administrativo.

A verba do Dafam vem da administração do Mackenzie, a partir da aprovação dos projetos apresentados pelo DA. Apesar disso, Samira Rodrigues, aluna do 7º semestre e tesoureira do diretório, afirma que a independência financeira e ideológica do Dafam está garantida por uma poupança iniciada em gestões passadas. Esse fundo nunca precisou ser utilizado, já que não houve conflito sério de interesses entre o diretório e a faculdade desde então. "Procuramos resolver em primeiro lugar os problemas do nosso curso", afirma Samira. "Mas isso não impediu o Dafam de brigar, por exemplo, para que fossem eleitos novos membros pro DCE [Diretório Central de Estudantes, órgão estudantil máximo do Mackenzie] depois de três anos sem eleições".

Como driblar o desinteresse
Nem todos os centros e diretórios acadêmicos conseguem atrair o interesse e a atuação dos alunos. Segundo a pesquisadora de Educação Rosemary Roggero, coordenadora do Núcleo de Apoio Acadêmico da Direção de Graduação do Centro Universitário Senac e autora da tese Contradições Na Educação Superior "O Perfil do Jovem Contemporâneo e O Discurso Pedagógico", a apatia do jovem pela atividade de centros e diretórios acadêmicos é um reflexo do que acontece hoje em todos os âmbitos da sociedade: "Ao contrário do que acontecia nas décadas de 60 e 70, o jovem de hoje tem liberdade de discutir a sociedade na sala de aula e em diversos outros espaços. Mas apesar de ter liberdade de reclamar, ninguém lhe oferece uma via de atuação que realmente possa modificar a realidade".

Rosemary acredita que as preocupações do jovem contemporâneo - que, de acordo com a sua pesquisa, são Educação de qualidade e inserção no mercado de trabalho - têm sido pouco abordadas por todas as instâncias da universidade, inclusive pelos centros e diretórios acadêmicos, que muitas vezes só são atrativos como centros de convivência. Ela defende que uma ação que vá ao encontro do novo perfil do jovem é responsabilidade não apenas dos CAs, mas também da sociedade civil organizada e do corpo docente. "O professor tem que rever sua capacidade de liderança, e assim dar referências para que o jovem se interesse pela luta por mudança".

Na Cásper Líbero, em São Paulo, o CA Vladimir Herzog é gerido por uma chapa que foi a única concorrente da eleição estudantil com menor número de votantes na história da Cásper - menos de 1/5 dos 2200 alunos da faculdade. Segundo Juliana Sada, aluna do 2o ano de Jornalismo e diretora financeira do centro acadêmico, em média apenas cinco alunos não-participantes da gestão costumam comparecer às reuniões quinzenais promovidas pelo CA. "Esses alunos geralmente são calouros, menos resistentes à atuação do CA do que os veteranos da Cásper", conta Juliana.

Rodrigo Rodrigues, aluno do 4o ano de jornalismo, participou da gestão do centro acadêmico em 2003 - na mesma época em que uma crise institucional culminou no pedido de demissão de 17 professores da faculdade de Jornalismo, que eram apoiados pelo CA em suas reivindicações. Segundo Rodrigo, o desgaste que a crise de 2003 provocou na imagem do centro acadêmico ainda não foi superado pelas gestões posteriores. Ele acredita que a precariedade da estrutura física do centro acadêmico e a dificuldade em realizar eventos culturais e de entretenimento que atraiam os estudantes - problema que, segundo Rodrigo, é agravado pela burocratização imposta pela faculdade - contribui para que os alunos não encontrem incentivo e representatividade no centro acadêmico: "A imagem de politização do CA se deteriorou muito. Além disso, com o aumento das mensalidades [o valor que antigamente era igual a um salário mínimo hoje chega a 915 reais], o perfil do aluno também mudou, e é necessária uma ação do CA para reconquistar essas pessoas".

Assim como Rodrigo, Juliana atribui a falta de identificação dos alunos da Cásper com seu centro acadêmico à desaprovação da atuação do CA Vladimir Herzog durante a crise de 2003. Segundo ela, algumas iniciativas estão sendo adotadas para modificar essa realidade, como a organização de palestras e debates (como o Ciclo de Debates sobre Cultura Livre, que acontecerá em agosto), e a publicação de um jornal mensal - o Do Avesso, que ainda não é muito conhecido pelos alunos da Cásper, está em sua segunda edição, com tiragem de 1500 exemplares - para informar os alunos sobre as atividades da gestão. "Conhecer melhor é o primeiro passo para que os alunos comecem a gostar e a participar do centro acadêmico ativamente", afirma Juliana.